Dorothy Stang foi executada com seis tiros em um assentamento em Anapu, no Oeste do Pará.
Esse foi o terceiro julgamento de "Bida". No primeiro, em maio de 2007, ele foi condenado a 30 anos de prisão, mas teve direito a um novo júri. No segundo, em maio de 2008, ele foi absolvido, mas o Ministério Público recorreu da decisão e a Justiça anulou a sentença em abril do ano passado. O fazendeiro foi preso em fevereiro deste ano, depois de se apresentar à polícia.
"Bida" teve a pena agravada pelo fato da vítima ser pessoa idosa, 73 anos. A tese defendida pela acusação foi de homicídio duplamente qualificado, praticado com promessa de recompensa, por motivo torpe e com uso de meios que impossibilitaram a defesa da vítima. Ele recebeu a sentença por volta de 23h40, e permanecerá preso no Centro de Recuperação do Coqueiro, em Belém.
Ao juiz Moisés Flexa, "Bida" negou envolvimento no crime e se recusou a responder a perguntas dos promotores.
O início do julgamento de "Bida" atrasou em uma hora porque o advogado dele, Eduardo Imbiriba, não compareceu e enviou outro representante. O novo advogado teria pedido um prazo ao juiz para se inteirar sobre o caso. O pedido foi negado. Vários religiosos e camponeses que conviveram com a irmã Dorothy viajaram para Belém para acompanhar o julgamento. O irmão da missionária também saiu dos Estados Unidos e está no Brasil para acompanhar o caso.
Quatro testemunhas de acusação foram ouvidas de manhã. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o primeiro depoimento foi de Roberta Lee Spires, conhecida como irmã Rebeca, que falou sobre o trabalho desenvolvido por Dorothy.
O juiz, a acusação e a defesa também ouviram a defensora pública Eliana Vasconcelos (que atuou na defesa de outro acusado de envolvimento no crime), o agricultor Gabriel do Nascimento (que trabalhou com a missionária) e o delegado da Polícia Federal Ualame Machado (que investigou o caso).
Outros três acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista e Amair Feijoli da Cunha, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 27 anos de reclusão.
Regivaldo Pereira Galvão, o quinto e último réu no processo, deve ser julgado no dia 30 de abril. Ele aguarda julgamento em liberdade.
Fonte: ORM
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